sábado, 22 de outubro de 2011

O tempo não para

21:30 h
A chuva começa a cair fina e lenta junto a brisa fria que sem deixar que eu perceba me envolvia por inteira. No ar, podia se sentir o cheiro da carne na brasa que era feito do outro lado do rio. O cheiro vinha chegando sem pedir licença em meio as vozes que se misturavam.
O tempo não passava, ele corria!

22:00 h
Parada no tempo, olhando fixa ao chão, via algo se modificando: a chuva engrossava, o movimento diminuía.
Eu parava no tempo...mas o tempo não parava em mim.
As luzes dos postes clareavam toda a rua.
Carros passavam, pessoas passavam, mas eu continuava intacta.
As horas iam passando, e eu observava tudo, sem cessar. Com olhos de coruja.
O cheiro de carne também passava, e o de terra molhada me subia pelas narinas. A luz dos faróis dos carros que passavam sem ter pressa de chegar, iluminavam meu rosto vazio e deserto. Nas casas, aos poucos se viam as luzes sendo apagadas. Uma lá...outra cá...ainda continuavam acesas, a espera do sono, ou de alguém.
O tempo passava...

23:00 h
A madrugada estava para chegar e metade da cidade já dormia.
A chuva aumentava! A brisa fria se tornava ainda mais fria.
Nada de raios ou trovões, a noite seguia calma.
Para onde foram as estrelas?
Para onde foi minha alma?
Devem ter se escondido, talvez para o mesmo lugar onde se encontra meu coração: perdidos na insensatez.
Talvez!
Às vezes me faço perguntas sem ao menos saber respostas.
Talvez pela falta de incompreenssão ou talvez não.
Não sei...

00:00 h
Apesar de não saber mais o que pensar, nem mesmo o que fazer, eu continuo escrevendo e observando o tempo passar.
A chuva dera uma estiada, o cheiro de carne já passara.
As luzes das casas já haviam se apagado, dessa vez a cidade já dormia por inteira.

01:00 h
Já se vê chegar a madrugada.
Sinto o pesar das pálpebras do meu rosto a procura do sono profundo. Sem pensar em mais nada, repouso o corpo cansado sobre uma rede a balançar, e sem que eu perceba adormeço.
A chuva cessava...
        O tempo parava...
                 Eu sonhava...

Nenhum comentário:

Postar um comentário