terça-feira, 18 de junho de 2013

Na Madrugada


Viu-se deitada olhando além da janela, pela penumbra do quarto e da noite que assombrava os sonhos teus. Nas casas, luzes apagadas. Algumas refletiam o brilho da TV ligada nas janelas abertas.
Carros passavam velozmente um ou outro.
A luz da lua a acalmava, podia fechar os olhos e ver muito além que papel e caneta pudessem falar. Não sabia o significado daquele palpitar acelerado em seu peito, mas conseguia lembrar daqueles olhos que sorria suavemente ao cruzar com os teus...e aquele sorriso vinha a tona mais uma vez em suas lembranças. Não sabia se esse era um sentimento bom, já que suas mãos não conseguiam acariciar o corpo que dela se fazia tão distante.

quarta-feira, 1 de maio de 2013


Crônica
Ao som do Blues

27/04/2013
22:10h

Ele aproximou-se do rádio e o ligou. O Blues que tocava invadiu a casa. Segurou a taça de vinho entre os dedos e suavemente deslizou pelos lábios, saboreando seu doce sabor. Abriu a porta e o frio vento daquela noite de inverno o soprou os cabelos fazendo-o arrepiar.
Encarou-o de frente.
Sentou no muro que dava para a rua sem largar seu doce veneno vermelho que transpirava por dentro da taça.
O Blues revezava com um Bolero numa sessão boêmia... toda a casa aberta, iluminada apenas pela meia luz da madrugada.
Sentia-se personagem de um clipe dos anos 80 com tanta música, vinho, frio e silêncio... com toda essa tal “boemia” que pairava no ar.
Calafrios lhe percorriam o corpo a cada encontro de sua boca com o doce vinho. Gostava daquele “cenário”, onde podia pensar e se misturar com a noite. Ouvir o chorar daquele Blues que parecia se isolar em sua cabeça, entorpecendo seu pensar. Era o que lhe fazia bem em momentos assim. Era que lhe dava prazer quando a tão somente solitária madrugada entrava.
O frio já não incomodava mais...
O vinho já não era tão desejado...
Mas o Blues...o Blues continuava a tocar, o fazendo desejar coisas que nem ele conseguia decifrar.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Déjà-vu

Engraçado sentir falta do que nunca existiu.

Sinto saudades
dos momentos não vividos
e dos beijos tão contidos
que minha imaginação despertou.

Das tantas linhas manchadas,
escorridas dos poemas
que um dia dediquei
a vários...e a ninguém...

Engraçado lembrar que a imaginação
trazia presente sempre uma taça de vinho
à inspirar o coração cheio de palavras e belos pensar,
de alguém que de braços abertos,
entregue as estrelas, um dia quis o cortejo
de um simples olhar.

06/03/2013